O holocausto bateu-me à porta. Juro, é verdade, nao acreditam? Estava eu a trabalhar nesta última segunda-feira à noite quando a porta da pensao se abriu e alguém me gritou, HOLOCAUSTO, com um ar como se o holocausto tivesse acontecido à coisa de 2 segundos atrás e voltou a fechar a porta.
Entao bateu ou nao bateu? Eu disse-vos.
Bem, a porta fechou-se e alguns segundos a seguir voltou-se a abrir com mais uma das minhas personagens. Desta vez era uma senhora, de cabelo comprido, preto já com algumas brancas a aparecerem-lhe na cabeca, tanto por fora como por dentro e com um carrinho de bebé cheio de sacos de plástico e com uma mala para transportar animais, por sua vez bem janota, com um gato lá dentro. A senhora entra para recepcao e volta a repetir o Holocausto mais duas vezes, estes dois holocaustos já me suaram a algo mais familiar, com umas sonoridades mais espanholadas. A senhora comeca a debitar para mim, sim a debitar porque aqui o tintas nao percebeu um chavelho do que a lady estava a dizer, nao percebi mas como sou um gajo perspicaz ou nao trabalhasse numa recepcao e regra geral quando uma pessoa entra numa pensao é porque está interessada num quarto, acho que o que ela queria era um quarto. Mas algo suou estranho no discurso dela, ela também realizou que nao tinha dito nada de jeito e que eu nao tinha percebido o que ela queria, entao disse em voz alta, Aleman, que era para fazer click na cabeca dela que estava num país de lingua alema e que para nos entendermos teria de ser em alemao. O que ela foi fazer. Vocês sabem quando um gajo era puto e nao falava patavina de inglês e queria cantar as músicas do seus cantores preferidos, era como esta senhora falava alemao. Só fazia aqueles sons fortes da língua alema, mais uma vez fiz uma cara de espanto e também de assustado porque nao sabia o que me estava acontecer, ela mais uma vez percebeu que eu nao tinha percebido e resolveu mudar para o francês e nao era que o francês dela era falado da mesma maneira que o alemao, aí nao me consegui aguentar e tive que me partir a rir. Nao foi por mal mas era inevitável.
Tentei por o meu ar mais sério, acreditem que me foi muito difícil e tive-lhe que lhe dar a péssima noticia que nao tinha quartos disponíveis, recomendei-lhe a pensao mais próxima e ela com ar triste despediu-se de mim com mais um... Holocausto!!!
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